Trabeculoplastia Seletiva
Entre as opções de laser para o tratamento do glaucoma, a trabeculoplastia seletiva a laser (SLT) como uma das principais opções na atualidade.
Os melhores candidatos para o SLT são os pacientes portadores de hipertensão ocular ou de glaucoma de ângulo aberto (principalmente casos de glaucoma primário de ângulo aberto, pigmentar ou pseudoesfoliativo). O SLT é indicado para as seguintes situações: (1) redução adicional da PIO em pacientes com controle insatisfatório da PIO a despeito do tratamento com hipotensores tópicos; (2) pacientes bem controlados, com o intuito de reduzirmos o número de drogas; (3) alternativa para terapia primária.
É chamado de seletivo pois atua em uma pequena porção do seio camerular, chamado trabeculado pigmentado. Por atuar apenas nesse local, é extremamente seguro, gera pouca inflamação , não afeta outras estruturas do olho e ainda é indolor.
O laser da trabeculoplastia seletiva, diferente do laser tradicional, aumenta a permeabilidade da malha trabecular, facilitando o escoamento (limpando o ralo do olho) sem causar danos ao tecido. Ele é efetivo em reduzir a pressão ocular ao modificar esse tecido por uma resposta química e metabólica, melhorando a drenagem do líquido do olho.
Estudos e a prática clinica demonstram que a taxa de redução da pressão ocular após o laser é na média de 25%, ou seja um paciente que apresenta uma pressão inicial de 20mmhg tende a ter a pressão reduzida para 14 mmhg . Esse controle as vezes pode ser suficiente para reduzir ou eliminar a progressão do glaucoma, sem a necessidade de colírios.
Alguns pacientes podem necessitar da utilização de colírios após o laser. Isso não significa que o laser não funcionou, mas que o SLT isoladamente não foi suficiente para atingir o limite de pressão ocular
O SLT é indicado nas seguintes condições:
- Para todos os pacientes com glaucoma crônico de angulo aberto (GCAA) leve a moderado recém diagnosticados como tratamento inicial;
- Para todos os pacientes com GCAA com intolerância ou desconforto com tratamento clínico já em curso. Pacientes com glaucoma secundário a uso de corticoide;
- Para alguns pacientes com GCAA avançado com intolerância ao tratamento clínico que por algum motivo não podem ou não querem operar;
- Para redução do número de medicações.
Contraindicações são em pacientes com glaucoma de angulo fechado, com uveíte prévia, descolamento de retina tratado com óleo de silicone, glaucomas avançados com indicação de cirurgia, glaucomas neovasculares, entre outros.
A complicação mais frequente da trabeculoplastia a laser é o desenvolvimento de picos hipertensivos precoces, que podem ser acima de 5 mmHg em 34% dos olhos com trabeculoplastia com laser de argônio sem tratamento profilático antes da aplicação; porém, com o tratamento profilático, esta incidência gira em torno de 4% para todos os tipos de laser.
É possível, caso seja necessário, realizar novamente a cirurgia sem maiores riscos.
Este procedimento não exige internação hospitalar e pode ser acompanhado de forma ambulatorial.